terça-feira, 3 de maio de 2016

Bullying

Bullying (AFI[ˈbʊljɪŋ]) é um anglicismo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e angústia e sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.[1] bullying é um problema mundial, sendo que a agressão física ou moral repetitiva deixa sequelas psicológicas na pessoa atingida. (in https://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying) 

Este novo programa da SIC, E SE FOSSE CONTIGO, anda a dar-me umas comichões... Primeiro foi o racismo, só falamos de brancos e negros, quando a única coisa que nos distingue é um pigmento, mas espera lá, não andamos todos em guerra com a suposta "invasão" de Refugiados, com os Moldavos a pedir nos sinais luminosos, com os Chineses a "roubar" o pouco Comércio Tradicional, os Indianos... Pois esqueci-me, esses não são brancos, mas também não são pretos e isso dava para outra reportagem.

Segundo programa: o Gordos, sim, vamos chamar as coisas pelos nomes, eu cresci a ouvir as pessoas a dizerem-me que era gorda, fiz a primeira dieta com 10 anos, sempre fiz desporto, umas vezes mais, outras menos e digo-vos, porque posso dentro das minhas calças tamanho 36 que ninguém é gordo porque quer... todos os gordos sabem que são gordos, não precisam de ser lembrados de 5 em 5 minutos e se "não fazem nada por eles a baixo", muitas vezes é porque já fizeram e não deu certo ou porque já foram convencidos que não dará certo. Eu ouvi vezes sem conta, perdeste 10kg não tarda nada engordas 15kg e foi verdade, porque aquelas vozes "amigas" estão sempre à espera de nos ver falhar.

Ontem o tema era o Bullying, mas espera lá, não era disso que já se estava a falar? Concentraram o tema às escolas, aceito, o programa é pequeno, focaram-se nos adolescentes, mas isto vem da Infantil... quantas vezes a minha filha não me chegou toda marcada a casa? A minha filha não bate em meninas, é coisa de princípio, mas chegou a apanhar algumas, estamos a falar de um colégio privado com menos de 200 alunos em que as professoras não viam, ou não queriam ver cenas de pancadaria. Outras vezes, quando era com rapazes, como brincavam às lutas meteu-se ao barulho para defender quem estava no chão a apanhar de 3 para 1. 

Os agredidos crescem, aprendem a defender-se e passam a agressores... é o que a vida lhes ensina, ou apanhas ou dás. Eu como mãe ensino: esquiva-te à primeira, esquiva-te à segunda, mas a terceira é tua e acaba ali, não há quarta... 

A minha filha pelas sessões de pancadaria e outras piores, que não vem ao caso mudou de escola, na escola onde a minha filha está não é comum haver pancada, mas é muito comum o gozo, gozo só porque sim... e só porque sim já ficou um menino estendido no meio do campo. Enquanto um grupo de 6 brincava o "artista" gozava e fazia rasteiras, a minha filha joga Capoeira, não vai ao chão com uma rasteira, respondeu com uma cabeçada e foi à vida dela... na escola antiga virava-se tudo ao pontapé ao que ficou estendido no chão. O miúdo lá se levantou e continuou a gozar, mas de longe, porque a "menina nova" parece que sabe andar à porrada...

É isto que nós temos de mudar, mentalidades, a educação dá-se em casa e um agressor é alguém que por se sentir inferior tem de humilhar o outro, porque é preto, gordo ou mais fraco... é este o futuro que vamos deixar aos nossos filhos?

terça-feira, 20 de outubro de 2015

As crianças são muito boas e muito más...

A minha filha é um pequeno terror, um furacão desgovernado que leva tudo à frente, mas dotada de um coração que não cabe dentro do seu corpo pequenino. Depois tem uma coisa fantástica, sempre que olha ao espelho diz : "Estou tão linda!" Já se nota que é mulher, já me pergunta se eu acho que os outros vão gostar, se vão achar que ela está bonita, mas na maioria das vezes ela sente-se bem, linda e maravilhosa.

Há poucos dias ela cortou o cabelo, como ela diz "para fazer uma criança feliz", claro que com 7 anos ela soube que isso era possível porque lhe falei no assunto, mas nunca pensei que ela achasse algo tão importante. Passou a falar disso muitas vezes, a queres saber mais, ver vídeos de outras crianças que cortaram o cabelo para doar... até que chegou o dia, perguntou-me apenas uma vez se eu achava que ela ia fica feia, mostrei-lhe a sua imagem no espelho, um cabelo loiro, lindo, todos os dias preso numa trança ou num rabo de cavalo e disse-lhe que passaria a andar solto, com bandoletes, ganchos, laços, o que ela quisesse... 

Lá fomos cortar, aquilo foi uma explosão de alegria, acho que nunca aquele cabeleireiro viu ninguém tão feliz por cortar o cabelo, cabeça levantada de orgulho, olhos brilhantes, e o "Eu estou tão linda!"

Claro que ela conta a toda a gente o que faz e até já chateia, mas continua a ser algo muito positivo e de que me orgulho bastante.... Até que uma menina da turma dela decidiu dizer-lhe que ela estava feia porque não tinha cabelo, tem direito à sua opinião, mas ela não se deixa abater e responde: "Eu estou linda e fiz uma criança feliz!" A rapariga não gostou e fez-lhe uma rasteira na casa de banho, ela esquivou-se e a gaja fez-lhe outra, aos dois pés que a deitou ao chão à frente da turma inteira e a magoou. Com 7 anos... 

A miúda em causa é grande, mas levava porradinha valente se a minha fosse de dar, porque ela sabe dar, mas não dá, preferiu dizer à professora (eu prefiro não perguntar onde estava a professora)... Afinal ela é linda e maravilhosa, quem não gosta, temos pena. (e mimada e chata, faz parte)

Isto tudo para dizer, por muito que custe, que as crianças são más porque são sinceras e egoistas e algumas quando a vida não lhes corre bem "vingam-se".







terça-feira, 22 de setembro de 2015

Para ti, meu amor...

Por cada lágrima que deixas cair eu derramo duas em segredo, é assim este amor incondicional de mãe. 
Nada me ilumina mais do que o teu sorriso, da mesma forma que nada me dói mais do que ver-te chorar. 
O que quero para ti? Só o melhor... Isso faz com que nem sempre te permita ser tão criança como gostarias, não sou tão permissiva contigo como com os outros porque é a ti que tenho de educar. 
Eu sei que me amas e que sabes o quanto eu te amo, sei que sabes que me deito ao teu lado quando dormes e te abraço, já não cheiras a bebé, mas serás sempre a minha bebé.
Sei que um dia me vais perceber, talvez um dia sejas igual a mim... um dia também tu vai chatear um ser birrento para comer a sopa verde não pelo bem que sabe mas pelo bem que faz. Vais cometer erros, vais tomar decisões acertadas, mas acima de tudo vais ser tu.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Rir em face da desgraça...

Ora bem, este é o tema que Nuno Markl explora no Tedx, chama-lhe "Rir em face da desgraça" e é aquilo que tenho em comum com um homem que admiro, é que isto de nos rirmos de nós próprios tem que se lhe diga, não é fácil, mas poupa-nos horas de terapia porque, não só não recalcamos aquelas coisas chatas da vida, como as floreamos com toda a espécie de pormenores bizarros que nos passarem pela cabeça... 

Eu estava à espera de ser operada e pimbas, dia 29 de dezembro lá fui à faca, é que se há altura em que uma pessoa com família e amigos quer ir para o hospital é na altura das festas... adiante. O procedimento seria simples, por laparoscopia, o médico explicou-me o procedimento, mas eu prefiro imagina-lo um episódio do Mikey onde o Pateta me mete ar pelo umbigo com uma bomba de encher pneus de bicicleta, a Minie mete a câmara por um buraquinho do lado esquerdo e a Margarida trata do laser do lado direito, enquanto isto o Donald dá-me a anestesia e aparece uma Orelhutil para dar os pontos... (Quem tem filhos pequenos está a ver a cena)

Ora lá vou eu de véspera, janto aquela espécie de comida que nos dão no hospital, muito frio no bloco, um anestesista espanhol que não parava de me fazer perguntas, e depois não me lembro, acordei com uma miúda simpática a dizer: - Bom dia, correu muito bem! Passado algum tempo levam-me para o quarto, vestem-me e reparo que tenho 5 pensos na barriga, era suposto serem 3, mas eu estava meia grogue e pensei que estava a contar mal...

No dia seguinte quando me mudaram os pensos fiquei a saber que tinha mesmo 5 furos, um deles com agrafos, igualzinhos aos das folhas de papel, mas tive alta, wiiiiiii, passagem de ano em casa e com autorização médica para beber... claro que a alegria durou pouco, assim que aviei a receita percebi que tinha um antibiótico para tomar. 

Dia 31, enquanto todos se preparam para a festa eu preparo-me para passar ao lado da gripe da minha mãe, consegui, mas vamos do início: logo de manhã telefonema do pai para saber se estava bem, a seguir ao almoço lá faço a vontade ao homem e devagarinho vou até ao carro com a miúda, estaciono à porta, mas logo sou convencida a ir até uma esplanada, como já não era eu a conduzir, aceitei, grande erro, avô e neta decidem no caminho que precisam de ir ao Jumbo, recordo, tarde de dia 31 de Dezembro... lá me apoiei num carrinho tipo andarilho de velhinha e tive direito a percorrer todos os corredores com excepção dos de artigos para animais e vestuário. As caixas, todas a funcionar, tinham filas enormes, e eu já via tudo a andar à roda. Finalmente, fomos para a esplanada, mas o frio era tanto que nem deu para aquecer a cadeira.

Frio. Frio é a palavra chave de 2015, desde a ida à esplanada que fiquei de pés e mãos gelados. Aquecedor, manta e sofá não me aqueceram... O jantar era peru, como eu gosto da asa estava salgado, mas o sal ajudou-me a arrebitar, a seguir o meu pai decide medir-me as tensões e dar-me um café a ver se eu arrebitava mais um bocado. TV na Casa dos Segredos, o meu pai e a minha mãe, que não seguem o programa, a contarem-me tudo sobre cada um dos concorrentes a miúda com a birra de sono. Meia noite e cinto estava eu a ir para casa com a miúda electrica de sono, quanto a mim, sono nem vê-lo e as 5h ainda eu desesperava de comando da TV na mão a tentar distrair-me.

Os dias lá se passaram e hoje fui tirar os agrafos, mas não tirei, a enfermeira do Centro de Saúde não tinha tira agrafos, quer dizer, tinha mas não era bom, tirou-me os pensos, disse que estava tudo bem e que já podia tomar banho (aleluia) e até me deu um penso para trocar, disse-me para voltar no dia seguinte. Lá fui eu para casa, tomei banho, tirei o penso, que estava colado em cima de um ponto (está minha sorte macaca) e decidi que devia recortar o penso que iria colocar para não voltar a acontecer. Ora um rectângulo tem 4 lados e eu consegui errar 3 vezes o lado que queria cortar e claro, o que sobrou não colou... enquanto a minha cabeça loira pensava numa solução tirei uma foto para mandar ao marido, lá fui ao armário da casa de banho buscar um penso e recebo a resposta do marido: - Isso parece que foi agrafado por um pedreiro.

Ri-me tanto, mas tanto que quase me saltaram os agrafos... 








sábado, 2 de agosto de 2014

As coisas maravilhosas que as crianças fazem e não sabem...

Estou eu no meu local habitual deste horário, a vegetar no sofá, ouço a porta do quarto da miúda a abrir. Levanto-me pronta para a mandar de volta para a cama e vejo-a a andar devagarinho 120 centímetros despenteados, pé esquerdo calçado com o chinelo do pé direito, pé direito sem chinelo, um boneco em cada mão e ar de zombie... Dirige-se à casa de banho, dá-me os bonecos, resmunga qualquer coisa, deixa cair o chinelo enquanto faz o que lá foi fazer, volta para a cama e fica a dormir. Enquanto isso eu sorrio, acendo a luz mais fraca, ponho os chinelos no sítio, o Ferrugem nos pés da cama e o Tambor ao lado dela. Cubro-a com o lençol e saio devagarinho. 

O que isto tem de maravilhoso não está ao alcance de todos, e o que me vou divertir amanhã a contar-lhe, como de costume, não se vai lembrar de nada.


terça-feira, 29 de julho de 2014

Assim vai o Serviço Nacional de Saúde...

Eu sou daquelas pessoas que se anda sempre a queixar que dói aqui e ali, mas que nunca vai ao médico. Ok, às vezes, quando me chateiam muito a cabeça vou… o problema é que a experiência não é boa, o que cria reticencias sempre que necessito de voltar.

Há um ano atrás andava eu a fazer testes de gravidez uma vez que aquilo que é suposto acontecer todos os meses não acontecia. Os testes eram negativos, a coisa não se dava e lá consegui consulta para o início de Setembro com o médico de família.

O médico de família ao ver a quantidade de exames que tinha que me mandar fazer, e fazendo contas ao seu plafond, mandou o processo para a Maternidade Júlio Dinis, actual Centro Materno Infantil do Porto.

Fim de Novembro, fim mesmo, dia 28, chama-me para a bendita consulta. Uma médica revoltada com o sistema, com os cortes, com a falta de competência do pessoal da secretaria, diz-me que fui mal encaminhada, pelos vistos a senhora atendia Ginecologia Geral e não Planeamento familiar. Mas lá me atendeu e fez processo.

Na secretaria informam-me que não me podem marcar consulta nem os exames solicitados uma vez que ainda não tinha agenda para 2014. Mas eu é que sou mau feitio…

No final de Janeiro, dirijo-me à Maternidade Júlio Dinis para saber quando seria a tal consulta, dizem-me que continuam sem agenda, que não sabem se a doutora vem, que meteu atestado, mas que garantidamente receberia uma carta em casa… (breve, sintomas em Julho, estamos em Janeiro, se fosse gravidez bem nascia a criança sem eu ter consulta)

A carta lá chegou para fazer uma ecografia a 25 de Fevereiro e outra carta com a bendita consulta para o dia 4 de Março. (mas eram duas ecografias pensava eu com os meus botões)

Dia 25 de Fevereiro lá fui fazer a eco, quando fui pagar descubro que a outra eco que era suposto ter feito, mas que não me avisaram, tinha sido cobrada, tal como o exame de despiste do cancro do colo do útero, que é gratuito e obrigatório. Paguei, bufei muito e reclamei ainda mais. Marcaram-me a eco que faltava às pressas e dizem-me para reclamar o pagamento do exame com o médico de família, pois ele é que o deveria ter mandado fazer, sendo pedido por Ginecologia Geral tem o custo de 5€.

Pés ao caminho, toca a ir reclamar ao centro de saúde, mas para reclamar com o médico tinha de pagar 5€ de consulta… eu respeito muito quem trabalha neste país, não fui mal educada com nenhuma das funcionárias, mas confesso que me saltou a tampa e reclamei bastante… Disse adeus aos 5€ e aguardei pela consulta.

Dia 4 de Março lá fui, o médico atrasado, sim, médico, afinal a doutora sempre se foi embora, nem para a minha cara olhou, falava entre dentes, tinha uma assistente tímida de olhos no chão e lá me disse que iria fazer um tac e ter nova consulta em Julho, que era para operar. Mandou-me entregar umas folhas na recepção e chamou a próxima.

Fiquei a saber que lá para Julho teria consulta, entretanto iria receber as cartas com as datas dos exames e da consulta, se não recebesse era melhor ligar a perguntar.

Chegamos a Julho, lá recebi as cartas, uma para análises, o bendito tac e a consulta. Como nenhuma das cartas indicava o local fui tentar saber… estavam a deitar abaixo os pavilhões da Maternidade Júlio Dinis e lá descobri onde fica o novo, e ainda em fase de acabamentos, Centro Materno Infantil do Porto.

A única porta a funcionar era a das urgências, gente bem disposta e simpática lá me disse onde iriam ser as análises o tac e a consulta.

As análises correram bem, apesar de ter estado 1h em pé numa sala lotada de grávidas, algumas delas a fazer prova da glicose e sem cadeiras suficientes para todas. (quer dizer, havia mas como algumas traziam a família toda a coisa complicava-se)

O tac foi marcado, em jejum para as 17h45 em dia de greve dos médicos, wii sorte malvada… lá fui eu perguntar se havia ou não médico, ao que me explicaram que era um técnico de radiologia e como tal não devia ter problemas. 1h depois do previsto lá estava um enfermeiro bem disposto a chamar-me e a explicar-me o que ia acontecer.

Dia 24 de Julho lá vou eu à consulta, desta vez não atrasou muito mas fui das coisas mais estranhas que me aconteceram em 37 anos de utente do Serviço Nacional de Saúde, passo a transcrever:

- Bom dia Paula, está tão gira! Sente-se…
- Obrigada!
- Shit! Não tenho aqui o relatório da tomografia…
- Não?
- Faça o seguinte, ligue-me 5ª feira de manhã.
- Ok, eu ligo!
- Combinado.

Aperta-me a mão e eu saio meia abananada com a consulta mais estranha que já tive. Vou à menina da recepção e explico o que aconteceu, ela dá-me o número de telefone e até a extensão do médico, informa-me que é uma telefonista que atende na central, caso eu consiga que me atendam. (MEDO!)

Chega 5ª feira e eu passo a manhã pendurada ao telefone, “o número para o qual ligou não se encontra disponível, por favor tente mais tarde.” Até ao 1820 liguei e o número que me deram era o mesmo.

De tarde, pés ao caminho, informam-me que o médico só estava de manhã, dizem-me para voltar a ligar 2ª, ou 3ª ou 5ª… (inspira, expira…)

2ª feira logo de manhã peguei no telefone fixo, liguei, ti-ti-ti… Que se lixe, vou para a praia, hoje não me apetece chatear com isto.

3ª feira, hoje, ti-ti-ti… Vou ao Google e procuro o número do Centro Hospitalar do Porto, onde me informam que o número que tenho estado a ligar se encontra avariado sendo normal eu não conseguir a ligação. Só quando eu perguntei se me conseguiam passar a chamada um a vez que eu tinha a extensão do médico é que me disseram que sim. E começou uma nova odisseia:

No consultório atende a assistente, explico o que se passar e ela passa ao médico, explico quem sou e este pede-me para esperar enquanto despacha a doente, despachada a doente diz-me que continua sem o relatório do tac e pede-me que ligue de volta e peça para transferir à Secretaria de Radiologia. (entretanto dá-me o número do processo)

Ligo de volta e solicito a transferência para a Secretaria de Radiologia, espero e espero, atendem, explico o que pretendo e passam a chamada, espero e desespero, atendem e passam ao Raio X, espero mais um bocado e lá me atendem, explico a situação, “mas quem é a senhora? Só podemos dar a informação ao médico…”

(inspira, expira, não insultes a senhora que ela não tem culpa)

Com muito jeitinho voltei a explicar a situação, esclareci que não pretendia saber o resultado do exame, apenas precisava que o colocassem disponível no processo para o médico consultar e me dizer se vou ser operada, a quê exactamente e já agora (não querendo abusar da sorte) quando.

“- Então diga ao médico que o exame foi para o SMIC e como está a ser analisado externamente não temos acesso ao relatório.” (era difícil?)

Ligo novamente ao Cento Hospitalar do Porto, solicito transferência para o médico e transmito o recado.

“- Olhe, ligue-me 5ª feira a ver…
- Obrigada, até 5ª!”

FODA-SE!!


Ao fim de tudo isto já me sinto no direito de ser mal educada… Se fosse para parir já tinha parido, se fosse para morrer já tinha morrido… claro que eu já sei o que tenho e que não mata, só mói, tenho de ser operada, sabe-se lá quando, até lá, bem, até lá espero sentada e de boca fechada porque se reclamar muito se calhar não me operam.

sábado, 12 de abril de 2014

Aquele 6º sentido...

Hoje de tarde fui com a miúda participar numa actividade no Mercado Bom Sucesso. Depois de umas 10 voltas ao perímetro encontrei um lugar para estacionar e, como é habitual, um arrumador (sim porque técnicos de estacionamento só há em Campanhã). Eu até dava uma moeda ao rapaz, mas a verdade é que não tinha nenhuma. Ainda por cima tinha compras na mala e precisava de lá ir buscar uma saca para a dita actividade... lá fui discretamente à mala, remexi a carteira e disse-lhe que não tinha moeda, mas que daria na volta.

Algo me dizia que o carro não estava seguro ali, como ainda tinha tempo fui lanchar a uma padaria em frente, nós íamos ao sitio na cidade do Porto onde há a maior concentração de coisas boas por metro quadrado, mas o meu 6º sentido disse-me que era melhor lanchar ali. Sentamos-me junto à janela, dali via o carro e o rapaz. Distrai-me com a miúda e deixei de ver o rapaz. Um alarme começa a tocar, que surpresa, era o do meu carro... a miúda engoliu o sumo, pegou no pão e lá fomos. 

Cheguei ao carro e lá estava o rapaz como se nada fosse à espera de carros. Questionei-o sobre o que se tinha passado e limitou-se a dizer que não tinha visto nada. Desliguei o alarme, meti a miúda no carro, e fui ao local para onde deveria ter ido assim que cheguei, o parque do Shopping Cidade do Porto.

Eu não gosto de julgar ninguém, mas o meu carro tem mais de 10 anos e esta foi a 2ª vez que o alarme tocou, é daqueles que só toca com abertura de portas ou tentativa de abertura de portas, sendo que a única porta que tem fechadura é a da mala. 

Fica o aviso, até pode ter sido o vento, o autocarro que passou ou obra e graça do Espírito Santo... Paguei cerca de 3€ por pouco mais de 1h mas ao menos estive descansada.